sexta-feira, 17 de junho de 2011

Praia da Esperança

Já faz algum tempo que você foi embora, pegou suas trouxas encheu-se de coragem e foi.

Lembro como se fosse hoje, pé atrás de pé foi decididamente traçando seu caminho para longe.

Algumas pegadas fundas feitas com raiva na areia, pareciam ter sido deixadas de propósito como garantia fácil retorno.

Caminhou mais um pouco, entrou no mar ate onde ainda dava pé, mas por conta de sua altura não passou da borda.

Como homem valente que sou, estendi minha mão para caminharmos juntos, mas você fez que não e continuou seguindo seu caminho.

- "Posso fazer isso sozinha, você nunca me deu valor, não vai ligar se eu morrer!"  

Você disse gritando sem parar de andar.

Sem muita escolha e ainda incerto sobre o final do verso, assisti chorando sua escolha pelo caminho inverso.

Mesmo de longe ainda te vigio sem poder me mover, apertando os olhos para ter a certeza de que vai sobreviver.

Você acelera e segue, tenho que me contentar em espiar
quietinho e de longe sua escolha por continuar.

Desde então venho sempre a praia
apenas para assegurar
que as pegadas na areia continuam
para caso resolva voltar.

Curtiu ? Ajude a divulgar meus sinceros suspiros!

2 comentários:

  1. Creio que muitas vezes costumamos esperar por coisas já perdidas. Não acredito que as coisas seriam diferente se começassem de novo... talvez a partida seja uma forma de fazer as coisas serem diferentes... o problema é que só porque está doendo, costumamos achar que foi a decisão errada.


    bjs
    http://devaneiosfugazes.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  2. Esse é o clássico: dar valor somente qdo se perde... e nada como a imensidão e o agito do mar pra representar tudo isso...

    Abraços

    Alexandre
    http://soupretomassoulimpinho.blogspot.com/

    ResponderExcluir

Curtiu ? Ajude a divulgar meus sinceros suspiros!